It's been such a long time
And I was just a child then
What will you say
When you see my face?
Time feels like it's flown away
The days just pass and fade away
What will you say
When they take my place?
It's funny now
I just don't feel like I'm a man
What will you say
When you see my face?
My face...
Mother dear, the world's gone cold
No one cares about love anymore
What will you say
When you see my face?
Father do you hear me?
Do you know me?
Do you even care?
What will you say
When they take my place?
My heart can't take this anymore
What will you say
When you see my face?
When you see my,
See my face...
I can feel your time crawling
To a slow end
I can feel my time crawling
To a slow end...
Mother dear, the world's gone cold
No one cares about love anymore
What will you say
When you see my face?
Father do you hear me?
Do you know me?
Did you even care?
What will you say
When you take my place?
Well it's so funny now
I just don't feel like I'm a man
What will you say?
Jeff Buckley ao vivo em Glastonbury
Mystery White Boy, 2000
mais músicas e vídeos aqui e aqui
domingo, 30 de setembro de 2007
What will you say?
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
aquela forma de me olhar
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
ora com licença...
fotografia: Maio de 2007, a catarse em minha casa
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
o acaso do Amor
- Duas semanas, pá! Como é que se pode ficar apanhado em duas semanas?
- Como é que apanhas um cardume se nem sequer estás a pensar no peixe?
É o Amor, é o Amor...
diálogo em
O Capacete Dourado
filme de Jorge Cramez
2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
os cinco mistérios do dia-a-dia
Make a piece for nuns, for the woman who takes comfort in herself, who finds companionship in an empty room.
Bill Viola
Uma pessoa e um quarto.
Emoções expressas na tela vazia do silêncio.
Ao fundo, uma janela pequena, um marcador que separa e distingue as diferentes apropriações do tempo e do espaço que se vão estabelecendo ao longo de um dia.
Experiências ritualizadas que dão sentido à vivência de um quotidiano.
A pessoa e a sua íntima solidão.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
momento
no sofá de veludo azul
desfaz-se a casca dura na pele reabsorvida,
bebe-se um gole de chá
adocicado com mel,
trauteia-se um refrão daquela música que soube tocar
e
evita-se o último cigarro
para
mais tarde se fumar,
naquele momento que o saberá justificar.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
A Oralidade e a Cultura Popular
Conto recolhido em Castelo Branco
Candeeiros de Cinquenta Luzes, Mesas de Engonsos e Garfos de Cinco Pontas
«Em tempos distantes, havia um rei que tinha uma filha muito linda. Entre os muitos criados que a serviam, um gostava muito dela, e ela também gostava dele, mas, pelas suas situações, não podiam casar-se.
O criado, quando lhe diziam que era tonto em pensar casar com filha do rei, respondia:
- Ai casa tão rica a de meus pais: candeeiros de cinquenta luzes, mesas de engonsos e garfos de cinco pontas!
Tantas vezes estas palavras foram repetidas aos ouvidos do rei que acabou por admitir o casamento da filha com o criado.
Ficou muito admirado de encontrar uma casa muito pobre, e perguntou onde estavam os candeeiros de cinquenta luzes, mesas de engonsos e garfos de cinco pontas.
- Espere que venha minha mãe, - respondeu o criado.
Momentos depois aparece uma velha que trazia no regaço muitas pinhas que pôs na lareira e a que deitou o fogo. Acesas, as pinhas com as suas lindas chamas, o rapaz disse muito contente:
- Aí estão os candeeiros de cinquenta luzes.
Como eram horas do jantar, o rei perguntou pela mesa de engonsos. O criado disse:
- A mesa de engonsos são os joelhos, onde pomos os pratos para comermos.
Admirado por não ver os garfos, o rei perguntou também por eles.
-Os garfos de cinco pontas são os cinco dedos, - respondeu o noivo.
Mas como a filha do rei gostava muito do criado, e vista a esperteza dele, o rei consentiu o casamento.»
In Contos e Lendas da Beira
Recolhas de Jaime Lopes Dias
Edições Alma azul
2002
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
em danças
Quando se anda de saltos altos, as vistas lá de cima parecem ter a segurança de uma rede cá em baixo. O comprometimento com as coisas que se vão vendo e calcando parece menor, porque o andar assenta num bamboleio frágil feminino, sedutor mas igualmente fugidio. A procura constante de um equilíbrio resulta num álibi perfeito.
Quando se vestem umas sapatilhas de ponta, isto para quem dança ou dançou ballet, a realidade eleva-se e transforma-se em sonho, o desejo de poder tocar levemente o chão apenas com uns centímetros de mim na iminência de um voo, acontece. Neste caso, em sonho não há lugar para justificações. A ilusão de liberdade anula qualquer vínculo ao solo.
Na ausência de saltos, ou pontas, (e apesar de a postura ser ainda a do ballet, rígida e tensa), resta-nos a planta do pé irremediavelmente estendida na horizontalidade do chão. Aí, não há fuga possível a um comprometimento com aquilo que nos permite um equilíbrio vertical real, sentido desde o calcanhar ao dedo grande do pé. O estar mais próximo da terra significa a possibilidade de estar mais próximo do nosso corpo e, consequentemente do que se passa dentro da nossa cabeça, lá em cima.
O que há de comum entre as três hipóteses? O latejar de veias nas mesmas pernas. (?)
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
um olhar
na imensidão do que se apresenta em volta
há corpos que se expressam no momento em que
supostamente
ninguém se atenta a olhá-los,
desfocá-los para assim os traduzir.
no entanto é nesse momento de engano consentido
que a honestidade rompe o colete de lantejoulas
e oferece a quem não desiste de querer ver
um outro corpo
tão deliberadamente escondido
tão humanamente construído.
é naquele olhar para dentro que (te) vou vendo,
procurando aos poucos.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
holidays parte IV
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
domingo, 9 de setembro de 2007
pé (s)
fotografia: Marta, Só. Recursos
Embebida na memória de outras vivências
Lembro a dita frase
“prá frente é que é o caminho!”
Como diria um velho sábio.
Apaziguo a caminhada pela contemplação do que é belo
Pela exigência do que é perfeito
Pelo prazer do que é difícil poder chegar a fazer parte de mim
E assim
Pelos meus pés
Construo águas de verão
Frescas e bem vindas
Ao meu mundo.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
notas de campo em férias II
Da Lagoa de Santo André para Porto Covo
9 de Agosto
moinhos de vento tão perto, Sines ao fim da tarde, Porto Covo, campismo-enclave, comunidade nativa, a procura de sítio para a tenda, a vizinha russa, fome, iscas de fígado, pão alentejano, Super Bock versus Sagres, empregada caboverdiana de rabo espetado, música brasileira, dançar e olhar, dormir apertadinhos, Ana e Lisboa, mudar de sítio, confusão, café no jardim, pastel de nata, Internet, hambúrguer com batatas fritas e caipirinha tipo limonada,"Ana!" a praia dos Banhos e as grutas, o medo de descer as escarpas, a senhora informante "eu trazia p'ra qui os meus filhos e punha-os a descer isto tudo!", a maré baixa e o grande areal, voltar para tomar banho, as vitaminas da salada de frutas para a Joana, o pão com paio para a Ana, o bolo enjoativo de pinhões e açúcar cristalizado para o Pedro e Cristina, beber e dançar, dormir, mercado, orégãos colhidos no monte pela velhota e netos, as ameixas cheirosas, o queijinho fresco, a grandiosidade do Cabo Sardão, fotografias e balizas, “Pedro!”, almoço na mesa de pedra, o cão esfaimado, à procura do depósito d’água, café com azívias, o cão embalsamado da mercearia, praia do Cavaleiro, albatroz ferido salvo pelo corta-unhas do Pedro!, agitação, voltar, emissões de rádios locais e cantarolar no carro, lanche de choquinhos fritos e polvo ensalsado, pão alentejano com muito azeite, à espera da Rita!, massada de peixe, conversas, noite, dançar, padaria e queques noctívagos, vizinhos com brasas a arder, inquietação, dormir, desmontar tenda, trouxa a mais!!!!!, partir para sul, Dead Combo e a paisagem alentejana, Until the end of the World e a Costa Vicentina, Nick Cave e a calma há tanto tempo desejada.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
notas de campo em férias I
De Coimbra a Lagoa de Santo André
8 Agosto
Acordar 8:00 horas, a trouxa ainda vinda de trás os montes, ansiedade com relaxe, Lígia, mano, últimos mails, pesquisa de percursos na estrada, A2, IP8, estação de serviço, sede, calor, Fausto, "Ah, como eu te quero...", paisagem amarela, cheiro a bananas no carro, incerteza nos caminhos rurais, ao longe o mar!, Ana na estrada, “Olá!”, Joana morena, beijinhos, “Boas férias mano!”, “Obrigada Lígia!”, azeitonas verdes, atum fresco, dunas, conversas na praia, tóxico chato, Pedro a chegar, Santiago do Cacém, campingáz embruxado, Pedro e wc público, “Helloooo”, parque de campismo, burocracias, a escolha do espaço com sombra, “a sombra deve ser aqui… no caminho marcado por rodas…”, vestido e soutien esquecido, fome, carne de porco à alentejana verdadeira, início da saga do pão, a empregada gorda, o ciber café, o sentimento alheio no karaoke, olhares de férias, cansaço, saco cama, vizinhos pastilhados, 5:00 da manhã “é agora!!!! esmagados pela grandeza de um jeep!”, risos, tractor às 7:00 na recolha de lixo, muito sol na tenda fora da sombra mas no trilho da morte!, esteira para o pequeno almoço, bar, torrada, “Cristina sempre arranjada com os seus vestidos!”, festa de cantares de Alcácer do Sal, tomates e amêndoas, praia, ler o Público, lagoa verde quente, rebolar nas dunas e quase gregor…., chinelo que se descola, “ai!”, chouriço assado com muito pão alentejano, a bifana do Pedro, os tomates comidos como maçãs, a fartura quente, cantares alentejanos, a hospitalidade alentejana, comunidade de um lar, solidão,…., roupa dos ciganos, desmontar tenda, partir.