terça-feira, 31 de julho de 2007

cadáver esquisito I


Amanhã na batalha chorarás por mim
e por ti quem sabe eu te espere algures num pedaço de terra num pedaço de vidro partido debaixo de pés, sem pé, respiro fumos que me inebriam e me levam acima de um céu bem azul onde um gato se perdeu. Desci pela escadaria do palácio que estava a ser esquecido e perdi-me na contemplação de uma nuvem de mosquitos. E desta nuvem ecoaram vozes macabras que faziam sair das suas pinças chupadores rostos de sangue. Como gárgulas, aquelas caras que surgem nas portas das igrejas, seres humanos ou mortos? dentro desta morgue mesmo em cima da minha casa.
Pronto, está bem, eu paro e fico aqui suspensa no ar, não me movo, só olho, só cheiro e desculpa-me mas não vou conseguir conter um grito, aqui, sozinho, e ninguém me ouve … AH AHHHHHHHHHHHHH







Cristina, Ana, Raquel, António, Inês e Celina

Tropical by night