fotografia de Marília Campos
Costumava ir para os balancés nas noites muito quentes de verão, com o meu irmão e a minha mãe. Ficavam no jardim, no lado esquerdo. A minha avó ia lá ter connosco.
Lembro-me de ter estado à altura destes cavalos de madeira, de rodar e rodar, e de sentir o vento massajar-me as bochechas. O coração batia, batia, batia.
Havia alguns cavalos com a madeira já degradada, estavam gastos de tanto correr, de tanto transportar, em círculo, crianças cheias de vida.
Mas os meus cavalos andavam sem par, eram quatro apenas, em cruz.
E a areia entrava para dentro das sandálias quando corria para os baloiços.
Havia alguns cavalos com a madeira já degradada, estavam gastos de tanto correr, de tanto transportar, em círculo, crianças cheias de vida.
Mas os meus cavalos andavam sem par, eram quatro apenas, em cruz.
E a areia entrava para dentro das sandálias quando corria para os baloiços.