por vezes sou assolada pela ausência do poder de desiludir.
tenho por hábito deixar-me ser sensível ao que de inexplicável o encontro com o outro, ser desejado, provoca em mim.
com isso, construo uma ponte de entendimento entre os dois através daquilo que em mim e de mim me é possível tornar transparente, num fluxo natural de partilha.
mas existe um senão.
acontece quando o outro, ser desejado, se descompromete com essa minha consciente tranparência e age de acordo com o que vai exigindo de si próprio para si próprio. as expectativas mútuas, que cada um esboça de cada qual, vão-se diluindo porque ambos não seguem o mesmo caminho.
por vezes não consigo desiludir.
sou desiludida.
fotografia de Marília Campos,
bath
Sem comentários:
Enviar um comentário