Por cada passa que voluntariamente faço, estou a alimentar-me de mim.
Ou seja, no início de um cigarro, é a mioleira que se consome;
Ainda no início, começa-se a saborear os olhos, nossos, ou aquilo que vemos com eles;
Depois, segue-se as pernas, a barriga;
A seguir come-se a mão, aquela que está a acompanhar a refeição, a malvada cúmplice;
No fim, é a língua, que nos repõe a saliva na boca e as palavras no discurso, e ficamos, já sem o cigarro na boca, (que entretanto morreu) sem língua, pernas, barriga, olhos e mioleira, enfim, apenas com a outra mão para levar ao queixo.
Eis que a eureka acontece, já com o meu corpo deglutido.
ah! os pulmões! esses ficam lá, para poder respirar fundo no final da refeição.
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