quinta-feira, 25 de outubro de 2007

metamorfose



Gregor transformou-se em barata gigante. Eu não: fiz-me aranhiço,


tão leve que uma leve brisa o faz oscilar no seu fio de baba lisa.


Até que, contra a lei da natureza, creio que tenho peso negativo,


e me elevo ao ar se me não prendo ao canto mais escuro desta ilha.


Quando descer à teia derradeira não se verá no mundo alteração, ou só


talvez alguma mosca mais contente. Em noites de luar, na alta esquina,


ficará a brilhar, mas sem ser vista, a estrela que tracei como armadilha.






António Franco Alexandre


Aracne


2004


2 comentários:

contradições disse...

aranhas e suas teias... estão por todo lado... à espreita!
até amanhã! (?)
bj

Cristina disse...

sim, até amanhã!(no sítio do costume)
teias e lua cheia....
bj.