segunda-feira, 2 de julho de 2007

o meu ombro por um abraço teu



estar de partida permanentemente faz crescer uma carapaça
impermeável
que de tão dura e pesada
deforma, passo a passo,
o ombro ressequido de quem recusa
e os braços atrofiados de quem se fecha.

querer ficar a dar (-me) faz crescer um vazio em espiral
que ao mesmo tempo se vai diluindo
na vontade do outro em receber (-me).

(ecos moribundos transformam-se em vibrações de sentidos)

o ombro descontrai e alarga para (te) apoiar,
os braços crescem e alongam para (te) aconchegar.





imagem: detalhe de A satisfação, Gustav Klimt





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