sábado, 21 de julho de 2007

fronteiras de viagem


de quando em vez dou por mim simplesmente a estar
envolta na penumbra desfocada do que vejo,


de quando em vez dou por mim a magicar
com vontade de pegar na minha mão e dançar,

de quando em vez dou por mim a pensar fora de mim
num espaço de sensações anónimas,

de quando em vez lá vou eu outra vez
de quando em vez chego lá

de quando em vez fico do lado de cá
no sofá de veludo azul
Solidão – ninho
onde o tempo me trespassa em radiografia
e se senta a meu lado,
e em paz se inspira
e respira
e no meu ombro descansa
para mais outra viagem
para mais outro corpo
de menina mulher
que de quando em vez se transporta para o lado de lá.



imagem: Cercle-Jaune,
wassily kandinsky

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