sexta-feira, 29 de junho de 2007

o primeiro e sempre O poema

uma mulher,
prisão ou fascínio...
ou nada, talvez.

somente ela, por si
de tal elegância
que pasma o vazio
longínquo dentro de nós
e o preenche.

exílio na boca dela
eternamente
aquando da visita de tulipas roxas
e de um raio de sol.

depois
a fuga
para nos exilarmos
no nosso próprio interior
na procura incessante
do nosso próprio fascínio

egoisticamente.

em ambos
permanecem migalhas
de sentimentos anónimos.

eternamente
carentes e sós.




imagem: Jean-Sebastien Rossbach, mondes san noms





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