quinta-feira, 28 de junho de 2007
chove cá dentro
chove aqui dentro
do meu corpo.
antes
era o orvalho
que permanecia na noite
receosa e esquiva
encobrindo a veste
cinzenta da solidão sentida
a dois
sempre presente em dois corpos
sem âncoras
e
sem rumo.
estes
andam à deriva
nas profundezas dos oceanos.
anseiam atracar
mas longe do encontro com rochas
escarpadas
insinuadas
sob a grandeza dos mares.
chove cá dentro
num corpo só
preso numa casa cercada de cortinas de gesso.
do meu corpo.
antes
era o orvalho
que permanecia na noite
receosa e esquiva
encobrindo a veste
cinzenta da solidão sentida
a dois
sempre presente em dois corpos
sem âncoras
e
sem rumo.
estes
andam à deriva
nas profundezas dos oceanos.
anseiam atracar
mas longe do encontro com rochas
escarpadas
insinuadas
sob a grandeza dos mares.
chove cá dentro
num corpo só
preso numa casa cercada de cortinas de gesso.
não sei nadar
e chove cá
dentro.
e chove cá
dentro.
imagem: Amano, Hiten Collection
sem título
tenho saudades do rapaz que entrou em minha casa com uma caixa de roupa engomada debaixo do braço.
ele veio de longe para ficar a dormir comigo.
nota de rodapé
sou gémeo de mim e tudo
o que sou é
distância.
estou sentado sobre os meus joelhos
separado.
aquilo que une
é um rumor.
não descanso.
sou urgência de outro sítio. e pudesse velar-me
longe
dos homens como se neles
adormecesse.
Daniel Faria
POESIA
imagem, BlackSad
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